VW ID.5 – Um Carro Medíocre ou Um “Sucesso Adiado” ?

[Diácono Luís]

IMG_0001.jpg


vw id. 5

Mais uma experiência que acaba de nascer!!!

Como o ZOE não possui carregamento rápido, e, tenho que me deslocar em viagens maiores, decidi-me por um carro com a bateria maior, e que tivesse a possibilidade de cargas rápidas.

A opção, por vários motivos, recaiu sobre ID.5 da VW.

As primeiras impressões não são nada positivas. Os consumos são substancialmente mais elevados que no ZOE (o que até certo ponto era expectável – mas não tanto…), a interacção entre o condutor e o carro é muito confusa (e distrai-nos na condução), e o pior é as teclas sensíveis ao toque e ao deslizamento do dedo no volante, que nos geram uma “pilha de nervos”. Saliente-se que a VW quer no Arteon quer no T-ROC (em que a funções são as mesmas) tem um volante e comandos perfeitos.

A sensação que dá é que o carro foi construído por engenheiros que nunca conduziram. Quem utiliza um carro diariamente, sabe que aquilo é uma c*gada.

Outra coisa que surpreende pela negativa, são os travões. Tem um curso muito longo (até travar), o que numa travagem de emergência podem ser preciosos centésimos de segundo perdidos… Uma vez habituados não há grande problema na utilização, mas o tempo perdido numa emergência pode ser significativo. Neste aspecto o ZOE dá 10-0 ao VW ID.5.

Outra coisa que dá que pensar é a pobreza do equipamento que o carro traz de série. Unicamente duas tomadas USB-C. Não há carregador de isqueiro (há um mas está na mala). Comparar o equipamento que trazia um T-ROC de série com o que os carros trazem hoje, é um susto. Para ter, ou paga, ou nem sequer existe. Ao mesmo tempo que o equipamento é reduzido, o preço dos carros sobem desalmadamente…

Outro aspecto a ter em conta é o próprio preço do carro. Este modelo ronda de tabela (com os opcionais que comprei) cerca de 56.000€. Este carro, por ser 100% eléctrico, não paga impostos nenhuns. Será legítimo pensar que este carro, equipado com um motor 2 litros Gasolina ou Diesel, rondaria ao 75.000€, ou seja um preço de um Mercedes razoável. Consequentemente é legitimo pensar que as marcas estão a produzir carros com margens consideráveis. Para confirmar o que estou a escrever estão as recentes reduções de preço da Tesla e, certamente, os outros irão atrás.

Esta semana irei fazer um teste a Lisboa (de consumo, comportamento, etc.). Mas não se deve esperar nada de bom. O ir a Lisboa e vir com uma carga, é uma miragem… já deu para perceber!

A minha opinião neste momento (posso mudar para pior ou para melhor):

- A VW vai ter que melhorar o carro na interacção deste com o condutor. Trocar o volante por um com comandos idênticos aos do Arteon/T-Roc resolve logo 50% dos problemas. Não recomendo a compra deste carro, pelo menos por agora.

Passo a indicar os dois pack’s opcionais que contém:

image001.jpg
image002.jpg

PS: - Não vendi o Renault ZOE. Gosto demasiado dele para o fazer. Mantenho, ainda, por agora, o T-Roc e o Arteon. .

[zico]

Olá Mário. Três VW na garagem é muita coisa. Não servem todos mais ou menos para a mesma função? No que toca ao id.5 porque não fizeste um test drive antes da compra? De qualquer forma parabéns pela aquisição. Abraço!

[Diácono Luís]

Tópico Aberto originalmente por zico

Olá Mário. Três VW na garagem é muita coisa. Não servem todos mais ou menos para a mesma função? No que toca ao id.5 porque não fizeste um test drive antes da campra? De qualquer forma parabéns pela aquisição. Abraço!

Na realidade eram só 2 VW (o terceiro é da minha mulher). Tenho alguma paixão pelo T-Roc e o Arteon é um "papa-léguas".

Tenho estado muito satisfeito (muito mesmo) com Zoe, e tentei dar um passo além, que o Zoe por não ter carregamento rápido não me permite.

Se este id.5 funcionar, o Arteon era vendido (por acaso fui hoje à revisão com ele).

Claro que isto tem muito mais conversa, que se um dia falarmos, me exprimirei melhor pelo telefone sobre o que me levou a tomar a decisão.

Quanto ao test drive foi feito, mas não deu para explorar todas as funções. Foi só condução. Claro que se tivesse tido um carro comigo 2 dias - os testes seriam feitos.

Sabes que, muitas vezes, tu tens coisas tão disparatadas que nem pensas ser possível existirem.

Tenho um GR Yaris (impossível fazer test-drive - foi dos primeiros a entregar) e nunca imaginei que não tivesse uma posição de condução tão deficiente com a minha altura...

Um grande abraço

[Diácono Luís]

ONDE SE INSERE A VW NO GRUPO?

Depois de receber este carro (em casa há neste momento 4 VW (T-ROC 1.0 TSI – T-ROC 1.5 TSI DSG – Arteon 2.0 DSG 150 cv), é interessante perceber a evolução, ou melhor o caminho seguido pela VW em relação à Audi, Seat/Cupra e Skoda.

Há cinco anos era claro que no topo da pirâmide estava a Audi seguida pela VW (o Arteon sofreu o estigma de ser VW, já que creio estar mais próximo da Audi), e seguia-se a Seat com algum cunho mais desportivo (os FR e Cupra) e a Skoda com um cunho mais familiar, privilegiando mais o espaço e o conforto.

Isto tudo numa história recente, pois convém não esquecer que quando a Seat fabricava carros sob licença Fiat, a Skoda tinha uma prática desportiva de relevo com os 130 RS. Outros tempos…

Nos dias de hoje o que se assiste é à continuação da Audi no topo da pirâmide, seguida da Skoda, enquanto que a moribunda Seat dá lugar à nova marca desportiva Cupra com genes e afinações profundamente desportivas.

E a VW?

Bem essa aparece no fundo da lista com carros desprovidos de equipamentos básicos (que qualquer Dacia tem), e onde existe uma fixação de poupar dinheiro até ao último cêntimo. Isto chama-se vulgarmente Low-Cost.

Como disse no post de abertura deste carro, se tributado de uma forma normal, com a potência que tem, rondaria o preço de um Mercedes Classe E, ou seja, não vendia.

Terei errado na escolha? Provavelmente sim. Um Skoda poderia ser uma melhor escolha, apesar de uma estética frontal (aquela grelha…) algo pesada e deselegante.

Para fundamentar o que digo no que toca à pobreza e ao “produzir barato”, juntarei alguns exemplos fotográficos legendados futuramente.

Um abraço a quem teve a paciência de ler estas linhas…

[Diácono Luís]

Ao constactar todo o High-Tech presente no ID.5, veio-me à memória uma história (que na altura me passou), de um caso que passei com um T-Roc.

Pode encontrá-la aqui:

https://www.lehrenkrauscafe.com/vbfo...461#post169461

[Diácono Luís]

A PRIMEIRA VIAGEM A LISBOA

A viagem foi efectuada nas estradas nacionais a 90/100 kms./hora, e na Auto Estrada a 110 Kms./hora religiosamente.

O destino em Lisboa foi a Expo (Centro Comercial Vasco da Gama), e volta com um pequeno desvio Vendas Novas para comer a inevitável Bifana...

Surpreendentemente a velocidade estabilizada em AE o consumo do carro revelou-se baixo para o expectável.

Com o bateria carregada a 100% deu para o percurso (358 kms) e ainda terminou com uma autonomia de 79 kms.

Chamo ainda a atenção para a média de viagem, que se pode considerar boa para as velocidades praticadas (82 Kms./hora).

Vamos às imagens...

IMG_0001.jpg
Partida para Lisboa, carregado a 100% com uma autonomia prevista de 492 kms.

IMG_0002.jpg
Chegada a Lisboa Expo (imagem 1)

IMG_0003.jpg
Chegada a Lisboa Expo (imagem 2)

IMG_0004.jpg
Chegada a casa (Imagem 1)

IMG_0005.jpg

Chegada a casa (Imagem 2)

[Diácono Luís]

IMG_9548.jpg

Economia Levada ao Extremo...

Quando da compra reparei que que existia um ponto de fixação na mala para algo específico.

Questionado o vendedor, este nada sabia!

Andei vendo os vídeos no YT e descobri num vídeo (creio que de origem alemã), que era o local onde se fixava o estojo de primeiros socorros, bem à maneira da tradição VW.

Uma passagem pelo LIDL, e sete euros depois, lá estava ele no sítio que lhe era destinado!

Isto diz bem da politica Low Cost que a VW está a seguir... mas há mais!

[Diácono Luís]

IMG_9573.jpg

Comando de Sentido de Marcha

Hoje vamos ter muita conversa para tão pouco assunto… as minhas desculpas pelo tempo que lhe tomo.

O ID.5, como todos os ID’s, dispõe de uma colocação curiosa, e original, do selector de sentido de marcha. Os engenheiros (que passarei a tratar carinhosamente por “Miúdos Wolfsburg”) resolveram colocar o selector no seguimento lateral do minúsculo tradicional painel de instrumentos.

Nada de muito extraordinário, não fosse ser a primeira vez que um condutor é chamado a accionar um selector naquela posição e direcção. Mas eu explico melhor…

É comum o comando com aquela função estar na consola (entre os bancos), com a apresentação de alavanca (curta ou comprida), ou um pequeno botão, ou botões (cada um para sua função). Tudo funcionando em deslocamento longitudinal, ou no caso de múltiplos botões, com pressão vertical.

A Mercedes opta por um selector com movimento vertical, situado na coluna direcção.

Tudo o que falei atrás é visível do posto de condução, e no ID.5, não!

Por outro lado, e ao longo dos anos o nosso cérebro habituou-se a deslocar os selectores na coluna de direcção, na vertical (excepto uma outra função mais específica – como os máximos/médios), ou longitudinal quando na consola.

Toda esta conversa vem a propósito de eu me ter perguntado a mim próprio porque é que às vezes me equivoco no sentido que quero ir, isto é, quero fazer marcha-atrás e selecciono o movimento para a frente. Estou em querer que tal equivoco tem a ver com o facto das caixas manuais que conduzo, a marcha-atrás ser para a frente, ao lado da primeira.

Em minha opinião tudo seria mais fácil se a colocação do selector estivesse num sítio mais convencional, ou então este estivesse à vista, e não escondido detrás do volante, que a menos que eu me dobre, não o consigo ver…

PS:: Já agora no Zoe está entre os bancos, intuitivamente ao alcance da mão, num tamanho pequeno, mas que, na minha opinião, é o correcto.

IMG_9574.jpg
Panorama geral do visor e do selector, só possível de efectuar numa posição não compatível com a condução.

IMG_9575.jpg
Esta a visão que o condutor obtém, quando a conduzir...

[Diácono Luís]

IMG_9555.jpg


Manual do Utilizador

Apesar da complexidade dos sistemas, o vulgar “Livro de Instruções” foi reduzido ao mínimo.

Apesar de ser apresentado numa capa impecável, o livro de instruções é minimalista, e devemos procurar no display central do carro alguma informação adicional.

IMG_9556.jpg

[Diácono Luís]

Consumos Reais

Quando no post nº. 11 alvitrei que entre recargas (levando em conta a recomendação da fábrica de utilizar a bateria entre os 20% e os 80%) a autonomia, por mim estimada, ficaria limitada a 240 Kms., acabei por ficar muito perto da verdade.

Ontem foi um dia em que acabei por fazer esses kms. (com mix de tudo, desde a cidade à estrada - mais estrada sempre que cidade - umas vezes mais depressa, outras vezes mais devagar) e constatei essa realidade.

Outra coisa que podemos desde já assegurar é que (apesar do tamanho e peso), este motor não é um primor em eficiência energética. Consome mais do que seria suposto. Que gaste mais que o Zoe é perfeitamente acetável. Mas acontece que, mesmo descontando esse facto, é demais...

Mas vamos às fotos!

IMG_2735.jpg
Se a autonomia fosse entre os 20% e os 80%, como vamos ver, não teria atingido os 240 Kms. estimados.
Fez 253 kms., a uma média de 60 Kms/hora, e gastou 19,7 Kvh.

IMG_2736.jpg
Acontece que a bateria ficou nos 8%. É só fazer as contas...
Contas feitas, a autonomia dos 60% de bateria foram 211 kms.