Quem conhece este carro?

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Em complemento do tópico onde se fala de Walter Glockler: http://www.lehrenkrauscafe.com/vbfor...ght=Gl%F6ckler, também aqui mais um pouquinho de história deste entusiasta da marca e negociante bem-sucedido de Frankfurt como concessionário dos primeiros Volkswagen, e que nos seus tempos livres dedicava às corridas como piloto amador com o seu próprio team, apoiado tanto pelo dinheiro como também pelas instalações e pessoal que o seu negócio suportava.
As instalações Walter Glockler foram projetadas por Hermann Ramelow que tinha trabalhado antes da guerra nos carros desportivos Adler e que em 1948 criou um Ramelow com motor Hanomag-powered, especialmente para Glöckler.

Na temporada de 1950, eles adotaram o recém-disponível 356 roadster, motor 1100cc de montagem central da suspensão traseira invertida e com uma posição de condução central na carroceria de alumínio, pesava então menos de 1.000 libras o que lhe permitiu garantir o campeonato nesse ano ficando à frente dos originais 356. O sucesso de Glöckler, pela qualidade e detalhe que impôs no carro, evidenciou o reconhecimento da Porsche e que concordou com a utilização do crachá Porsche nos seus carros para trazer publicidade e reconhecimento para a empresa e seus produtos. A Porsche por sua vez, ajudou com os mais recentes desenvolvimentos do motor, e depois com Glöckler e Ramelow acabariam po voltar a Zuffenhausen, onde em 1953 a Porsche começou a construir a sua primeira série de carros de corridas, o projeto 550...

...Glöckler e Ramelow construíram o seu especial para a temporada de 51 com detalhes de construção semelhantes, já com o mais recente motor de 1.500 cc, muito bem detalhado, jantes em liga de magnésio e travões de tambores feitos por Alex von Falkenhausen. Meticulosamente construído para equilibrar a potência com a leveza e aerodinâmica o Glöckler 1951 pesava apenas 990 libras e sabiamente o motor foi adaptado para funcionar a álcool (não só para um melhor arrefecimento e desempenho motor, mas também devido à qualidade irregular da gasolina na Alemanha do pós-guerra) permitindo assim elevar a cavalagem para os uns estonteantes 86 cavalos e com ele em Setembro de 51 no circuito francês de Montlhery os registos foram impressionantes; após seis horas, percorreram 1,104 km a uma velocidade média de 184,11km/h que logo chamou a atenção dos importadores...

...posteriormente Glöckler harmonizou um hardtop leve e removível que foi cuidadosamente concebido e construído com janelas encaixadas para preservar o fluxo de ar. Este carro das fotos foi o terceiro Glöckler-Porsche, perfilhado com o layout padrão dos Porsches, mas com modificações exteriores marcantes; iluminação, pára-brisas baixo, jantes perfuradas (peso e arrefecimento dos travões), semi-saias nas rodas traseiras, entrada de ar para o radiador de óleo e para arrefecimento dos travões dianteiros foram algumas delas, no seu interior os dois lugares do descapotável foram mantidos apenas os assentos muito mais leves foram fabricados e instalados para com grande esforço todo o conjunto pesar apenas 1.133 lbs...

... Walter Glöckler viria a estabelecer um novo recorde na primavera de 1952, em Nurburgring (sem a capota rígida) e vencer o campeonato de 1952 da Alemanha. Em Agosto, Hans Stanek, da VW/Porsche e importador suíço AMAG, comprou-o para logo de seguida o vender a Max Hoffman para levá-lo para os EUA, completo com a capota rígida e jantes em magnésio AFM.
Ao recebê-lo, Hoffman meteu-o nas corridas da Florida vencendo a sua classe e ficando em segundo lugar da geral. Pouco tempo depois e após ter sido publicitado como foto da capa da revista SCCA Setembro-Outubro de 53, Hoffman vendeu o Glöckler-Porsche número 3 a Fred Proctor, Jr que obteve pódios em todas as corridas que entrou com o mesmo carro.
Depois disso, o Glöckler-Porsche desapareceu por vários anos, passando por vários donos e armazéns até reaparecer em 2000 após uma completa restauração na Nova Zelândia que só recentemente foi concluída. Este histórico e importante roadster da cooperação entre Glöckler e Porsche no desenvolvimento de carros desportivos de alto desempenho, com a sua influência e particularmente sobre a insistência de Max Hoffman, fez com que a Porsche desenvolvesse e levasse para o mercado dos EUA o famoso Speedster.

P.S. o nº44 nas portas e a faixa amarela foi sempre uma constante e imagem de marca de Glöckler.

[Ace]

Parabéns Tex, estás imparável.

[Ace]

... vais-me permitir apenas um ligeirisiiiiiiiiimo reparo.

Não é nada de mais mas, desde sempre, o nome Glöckler tem originado algumas confusões.

Porquê?

Porque há 3 (três) Glöcklers, todos relacionados e todos fazem parte desta mesma história:

-Otto Glöckler, pai de Walter, o primeiro concessionário da Porsche (em Frankfurt) e co-responsável pela construção dos Glöckler;

-Walter Glöckler que com o Glöckler nº1 bate vários recordes de velocidade em Montlhery, en 1951

-Helm Glöckler, primo de Walter, que é quem conquista o titulo alemão de 1952 bem como o recorde da classe no Nurburgring (com o Glöckler nº3)

[Ace]

Entretanto recuperei o tópico e, enquanto o fazia, lembrei-me da história macabra associada ao Glöckler "do Peiroteu".

Um dos seus primeiros proprietários, supostamente um californiano que era amigo de James Dean, despistou-se e caiu por uma ravina. Duas semanas mais tarde, quando foi localizado e recuperado, o malogrado condutor ainda estava sentado ao volante... obviamente já cadáver.




PS: Dada a relevância do conteúdo, será que o Administrador vai querer mover este tópico para o museu?

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Tópico Aberto originalmente por Ace

... vais-me permitir apenas um ligeirisiiiiiiiiimo reparo.

Não é nada de mais mas, desde sempre, o nome Glöckler tem originado algumas confusões.

Porquê?

Porque há 3 (três) Glöcklers, todos relacionados e todos fazem parte desta mesma história:

-Otto Glöckler, pai de Walter, o primeiro concessionário da Porsche (em Frankfurt) e co-responsável pela construção dos Glöckler;

-Walter Glöckler que com o Glöckler nº1 bate vários recordes de velocidade em Montlhery, en 1951

-Helm Glöckler, primo de Walter, que é quem conquista o titulo alemão de 1952 bem como o recorde da classe no Nurburgring (com o Glöckler nº3)

Quando ponho aqui algo deste tipo é porque acho relevante e limito-me a traduzir, mas sempre com a sensação que tem falha, portanto relaxo porque sei que aparece algum "guru" como tu para corrigir o que está mal explicado.
Obrigado Mestre