Walter Röhrl conversa com Diácono Luís - Artigos e vídeos sobre Walter Röhrl
 

Confesso que quando se proporcionou a possibilidade de falar com o Walter, eu fiquei ansioso.

Esperava vê-lo só no dia seguinte… e ali estava ele na Marina completamente disponível, e de uma simpatia que é a antítese do tipo Alemão que nós tipificamos.

Falei com ele 5 minutos, presenciado pelo Ace…

A minha intenção era que ele me assinasse duas fotos sobre uma experiência que efectuou em 1978… mas foi tudo tão informal que rapidamente se transformou numa conversa de 5 minutos , e em que se falou de muita coisa…

A conversa começou com: - “Eu estava em Arganil naquela noite…”

Eu acho que a última coisa que o Walter esperava era que eu lhe desse a assinar uma foto dele de 1978, quando conduzia para a FIAT.

No Rali do RAC, numa tentativa de melhorar a tracção, segundo Walter, Giorgio Pianta ensaiou a colocação na posição central traseira do navegador…

“Realmente a tracção melhorou, mas o carro tornou-se mais difícil de endireitar pelo peso na traseira”. O projecto foi abandonado.
Quando lhe perguntei, como era ouvir o Cristian, sem o ter ao lado, ele respondeu-me que “só olhava para a frente…”

À questão de como se segurava, colocada pelo Armando, sempre foi adiantando que lhe era disponibizado sítios para os pés…

Tratando-se de um piloto em que os pontos altos da sua carreira só por acaso se cruzaram com a Porsche, foi importante recordar Le Mans 1981, onde, juntamente com Jurgen Barth ganharam a classe e foram sétimos da geral num 924 Turbo…

Não tinham tempo de dormir, eram só dois pilotos, o que significava que foi uma directa!

Numa palavra: - Impressionante resultado, no tempo em que uma marca fazia feitos destes…

Outra coisa que recordámos foi o Rali de Portugal 1982 (o ano em que Miichele Mouton ganhou) em que desistiu quando se partiu a direcção do Opel.

Referiu-se que foi das piores sensações da sua vida de piloto… não ter nada ligado ao volante…

“Era uma avaria que não podia suceder!”

Em 1978 o seu companheiro de equipa, Markku Alen, disputou o RAC num Lancia Stratos patrocinado pela Pirelli.

Tudo isto porque Alen fez o Open Britânico com o carro, pois foi a forma encontrada para conhecer as classificativas Inglesas!

É que ao tempo o RAC era de percurso secreto (!!!) e a maneira de conhecer aquilo melhor, era fazer os Ralis do Campeonato Inglês.

O Walter contou-me que numa das edições do RAC, numa classificativa, ele orientou-se pelas àrvores para saber que a estrada era recta para lá da lomba… só que havia um cruzamento em “T”. Então disse “We rolling 5 times!!!”

Às vezes uma pergunta meio provocadora opera maravilhas!

A minha foi: - “Penso que nunca ganhou os 1000 Lagos. Porquê?”
E a explicação surgiu com um sorriso: - “As estradas são muito rápidas, com muitas lombas, algumas delas em curva!

Para se andar depressa, tinha que se treinar depressa, e isso não era possível, pois a polícia estava muito presente e era muito susceptível…

En Markku disse-me: - “Vem 3 meses antes que a polícia não está pelos troços”. A resposta a Alen não podia ser mais alemã: - “Eu não ando a fugir da policia!”




Segundo ele é impressionante a capacidade de absorção nas aterragens dos carros de hoje...

A sua capaciadade de “rodar” mercê dos diferenciais electrómnicos é algo de irreal e impensável há uns anos atrás.

(*) e como o som lhe chegava apenas através dos intercomunicadores...


(**) acrescentou ainda que o Christian Geisdorfer era bastante forte pelo que se conseguia manter firme no lugar

5 minutos?...


monopolizaste o homem por quase meia hora, com a ajuda do Albuquerque e, se não fosse a oportuna intervenção do Nuno C. e do RVRacing, ainda estarias à conversa com ele...

Dois pilotos de peso sem dúvida.

Com a devida vénia à revista Turbo e ao Domingos Piedade